À redação e a todos colegas do conselho de leitores de A Gazeta,
Sou inteiramente a favor da iniciativa privada, e acredito piamente na força do capital privado como instrumento de geração de riqueza e justiça social.
Não se trata de companha contra grandes projetos como dito pelo nosso Governador P. Hartung na pág. 29 da Gazeta de hj.
Entretanto é inadmissível aceitar que um empreendimento de tal envergadura seja contemplado com uma licença ambiental a toque de caixa e mais inacreditável ainda com essa "autorização" sendo "providenciada" pelo "Conrema" por 15x1.
Isso tudo acontecendo em pleno século 21 onde a sustentabilidade é ou deveria ser a prioridade do momento.
Nesse momento mais do que nunca a liberdade de imprensa deve entrar em ação e esmiuçar o porque de uma "$ mágica $" como essa pode acontecer...
Quem são esses "con$elheiro$"?
Qual é o conceito que eles cultivam sobre o tema preservação ambiental e sustentabilidade?
Vejo que o nosso Jornal A Gazeta é nossa única esperança de elucidação, com a força da juventude que tão bem o KK apresentou no "Da Redação" de hj.
Mas não quero ver essa atuação depois do leite derramado, como no caso escandaloso de nossa justiça estadual, que a mais de 15 anos as "mutretas" aconteciam e grande parte dos formadores de opinião sabiam e ninguém botava o "guizo" no pescoço do gato...
Já imaginou se parte dessa geração que agora está no poder e que tanto é criticada como ex-terroristas e na época de jovens não tivessem resistido? onde tudo ia parar?...
Nessa última 6ª feira no churrasco pós nossa pelada no Álvares Cabral eu e Claudinho (Sec. do Meio ambiente do município da Serra), manifestamos nossa indignação um para o outro diante de tão monstruoso absurdo, e agora na manhã de domingo ao abrir minha cx de e-mail recebo o texto abaixo que muito bem traduz nossa perplexidade... o qual repasso a todos e que certamente vai gerar profunda reflexão naqueles que estão antenados em qual planeta nossos filhos viveram ...
Sds.
Orlando Costa.
Membro titular do Conselho de Leitores de A Gazeta.
Em 28 de fevereiro de 2010 11:53, Claudio Denicoli claudiodenicoli@hotmail.com escreveu:Caros Colegas,
Diante da situação como está sendo conduzida a questão do estaleiro em Aracruz, encaminhei minha opiniáo à reporter Rita Bridi do jornal a Gazeta, até preocupado com a influência no nosso município.
Querida Rita,
Começo lembrando que 2010 é o ano da biodiversidade, declarado desde 2006 pela Assembléia Geral das Nações Unidas (Resolução 61/203). Todos sabemos da extrema relevância ambiental dessa área no município de Aracruz com inúmeras espécies animais que habitam a região.
Ninguém, nem mesmo o mais radical ambientalista, é contra o desenvolvimento sustentável. Até porque a geração de oportunidades, de melhoria de qualidade de vida representam preservação do meio ambiente. Isso fará com que o homem se sinta parte importante dos ecossistemas em que vive.
Não é possível que uma obra de um estaleiro dessa envergadura seja analisada num período tão curto de tempo, haja vista que o processo para licenciamento foi protocolado no final do ano, antes do natal e ano novo.
Então houve menos de 60 dias para análise e parecer para emissão da LP. E nós sabemos que os órgãos de gestão ambiental não acompanharam o crescimento do Estado e estão com suas estruturas limitadas. A Licença Prévia é uma viabilidade ambiental, ou seja, é um diagnóstico da área de interesse, observando também a legislação, as Resoluções e Instruções Normativas, onde são apresentados os locais possíveis de intervenção sem que existam prejuízos irreparáveis ao meio ambiente. É um parecer eminentemente técnico e que reúne profissionais de multas áreas para avaliarem as diversas faces da nossa mãe natureza.
Essa viabilidade permite a emissão futura da Licença de Instalação, um passo seguinte quando são apresentados os projetos executivos do empreendimento. Ora, não havendo um diagnóstico prévio da área, permite ao empreendedor um alto investimento nos projetos para obtenção da LI, que priorizará, é claro, os interesses econômicos aos ambientais.
Então afirmo que essa LP já viabiliza até a Licença de Operação (LO), porque depois das altas cifras gastas ninguém segura o empreendimento. Depois do indeferimento dos Técnicos do IEMA, encaminhou-se o processo ao Consema (Conselho Estadual de Meio Ambiente) que ratificou a posição Técnica e por fim foi enviado ao Conrema (Conselho Regional de Meio Ambiente), onde menos de um terço dos conselheiros tem algum conhecimento técnico e que sob uma pressão incomum autorizaram ao IEMA desprezar o parecer técnico e emitir a LP.
Pergunto qual a competência que um conselho regional tem de autorizar uma emissão de licença ambiental?
Que conhecimento técnico possui?
Um conselho regional possui mais autoridade que o Órgão Estadual de Meio Ambiente?
Num momento em que o mundo discute sustentabilidade, aqui no Espírito Santo, agimos alheios a isso e promovemos o desenvolvimento a qualquer custo?
E as áreas de influência? Fundão, Serra?
Nosso litoral será afetado de que forma?
Não sabemos e nem vamos saber antes da obra concluída, o projeto vai sair do papel sem nada ser avaliado.
Poucos sabem, mas laudo do IDAF confirma que serão suprimidos 702.300 m2 de vegetação num total de 800.000 m² existentes.
Sinceramente acho que não é isso que a sociedade quer.
Então deveria haver mais tempo para um amplo debate.
Mesmo porque temos condições de abrigar qualquer investimento desde que haja DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
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